Confesso que no CFSd não levava a sério o sentido da PATRULHA, tão pouco a DOUTRINA que a regia. Mas depois dos treinamentos que fui tendo com as tropas especializadas em patrulhamento de áreas de alto risco, fui tomando gosto pela coisa. Hoje posso dizer, combatente, que curto demais subir um morro e incursionar pelas favelas da região.
E por favor, não venha me dizer que todo e qualquer policial é apto para isso, apenas porque É um policial militar. Patrulhar camarada, é uma arte e a sensação estou tendo agora... e vou te dizer, guerreiro... é ímpar! O sangue esquenta, teu olhar fica compenetrado, focado por onde passa, cada beco, cada esquina... você se sente uma águia à procura de sua presa. O suor escorre pelo teu rosto, teu fardamento então... fica ensopado. Você não quer perder nenhum detalhe do trajeto, dos abordados e das situações inusitadas que são postas a sua frente.
Quando um sujeito cai na frente do ponta da patrulha e ver aquele fuzil apontado pra ele, o cara treme. Os moradores ficam sem ação... não sabem se colocam as mãos pra cima, se param ou se continuam andando. Para essas pessoas, o tratamento é diferenciado... com toda a calma e de voz bem baixa, pede-se para se aproximarem. A revista é feita e pronto, a patrulha segue. Quanto aos vagabundos, obviamente a coisa complica um pouco mais; tem uns que teimam em dificultar o trabalho da polícia. Só que, meu irmão, patrulheiro é treinado, é técnico e vagabundo é um merdinha que, mais cedo ou mais tarde, cairá na rede... aí, guerreiro, já sabe: é cadeia! Já outros, ao verem aquele fuzil nas suas fuças, sabem que perderam mesmo e não tem pra onde correr. Tem alguns, armados, que tentam alvejar a patrulha... e para isso, combate, não tem perdão. Se preciso for, não sairão no cofre da viatura, mas sim deitados.
Então irmão, o que me diz diante do exposto? Todo militar é capaz de encarar situações ''básicas'' como essas? Digo ''básicas'' porque há situações mais complexas e que exigem todo um planejamento estratégico e aparato policial para executar a missão. É complicado, companheiro... e é lamentável que nem todos tenham essa aptidão e desprendimento para lidar com o patrulhamento. Mas não se pode desmerecer o militar por não ser um patrulheiro, certamente ele tem outras habilidades que o favorecerão em outros setores que não sejam as tropas especializadas.
A polícia militar é uma instituição que possui a capacidade de agrupar indivíduos dos mais variados perfis de atuação. O que não pode ocorrer é um militar atuar num ambiente que não condiz com o seu perfil e suas habilidades. E você, guerreiro, já fez essa autoanálise? Já sabe qual é o seu lugar na polícia militar?