terça-feira, 9 de outubro de 2012

O ÔNUS DA FARDA

Não tem como deixar de escrever a respeito depois de assistir um vídeo como esse. Se você não viu a reportagem, então assista abaixo... depois leia o post e tire suas próprias conclusões...




Não para de crescer o número de policiais brutalmente assassinados no estado de São Paulo. Até o momento, quase 80 combatentes mortos!!! O que nós, policiais, pensamos diante dessas imagens? "Pqp!!! Dou meu sangue diariamente para essa polícia, pra correr o risco de terminar assim?! Não posso permitir." Não vai me dizer que algo semelhante não lhe passa pela cabeça, combate?! Passa, sei que passa...

E a maioria desses assassinatos deram-se na folga do militar. Engana-se que pensa que o risco maior é em serviço... sabe porque digo isso? Porque bem ou mal, em serviço você está fardado, equipado, atenção redobrada e com reforço, irmão... Seus companheiros estão ao seu lado. Enquanto a atenção de um está voltada para a esquerda, o do outro para a direita e por aí vai... tornando-se muito mais complicado o fator "surpresa".

Agora quando você está de folga, a tendência natural das coisas é relaxar um pouco. Afinal, polícia que é polícia não pode relaxar por completo, senão... já viu! Mas como ia dizendo, relaxamos um pouco. A ausência da farda, da viatura e dos companheiros lhe faz crer que as pessoas em sua volta não lhe enxergam como policial. Mas aí que está o erro: somos observados a todo o instante, por pessoas que a gente nem imagina e pode ter certeza, elas sabem quem você é e o que você faz. Daí o perigo surge.

Você acha que não tem vagabundo lhe observando ao sair de casa? Ao chegar no quartel e ao sair de lá? Sempre tem um rato a espreita. Por esta razão que nossa postura tem que ser diferenciada... relaxar demais não dá. Esteja atento tudo o que está a sua volta, pessoas, carros e motos suspeitas, pois um vacilo e a sua vida pode ser perdida.

Eu, camarada, procuro atentar-me ao máximo. Durante o serviço e no retorno ao lar, fico alerta ao trajeto, ao retrovisor e aos semáforos. Chego em casa fatiando as escadas... não posso dar mole. E só quando entro em minha casa e tranco a porta, que retiro de mim o peso que carrego em ser quem sou: uma policial. É quando relaxo ao lado dos meus e durmo o sono dos justos. E no dia seguinte, uma nova guerra se inicia.

Não é fácil nossa profissão. O vídeo acima fala por si só... e é revoltante, guerreiro! Revoltante ver um irmão de farda morrer dessa maneira. A vontade que tenho é de fuzilar cada FDP que tira a vida de um policial. Perdoem-me os defensores dos Direitos Humanos, mas pra mim e, acredito eu, para a maioria esmagadora dos policiais deste bravo país, Direitos Humanos valem para humanos direitos!

Um merda tira a vida de um policial e ainda há quem defenda que o infeliz deva ser detido e conduzido sem lesões. Detido??? Conduzido??? Sem lesões??? Tenho que rir de uma po$#@ dessa... Acredito que um sujeito que mata polícia deve ser conduzido diretamente para o inferno. Como dito no vídeo: "Não vamos ao velório do amigo antes de promover o velório do inimigo." 

Muito me emociona e me motiva, mesmo diante desse cenário, encontrar combatentes que não temem as adversidades e não fogem da guerra. Bem verdade que, quem optou em ser policia, sabia do bônus e do ônus que se teria em usar uma farda. E independente disso, mostram-se homens e mulheres honrados, de fibra e moral, sendo exemplos para os mais modernos, como eu. 

Não me tornei militar por status. Espelho-me em guerreiros como os mencionados acima... desejando ser um dia exemplo para os futuros recrutas. O ônus da farda é grande, meu camarada... eu estou preparada pra ele.

E você combate, diante dos atuais acontecimentos, também está?